Luanda - Angola poderá beneficiar de um financiamento de 32 milhões de dólares americanos do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) nos próximos três anos, para financiar projectos sociais e económicos, anunciou hoje, segunda-feira, em Luanda, a directora executiva da organização, Mary Muduuli.
Mary Muduuli integra uma delegação de administradores do Conselho de Administração do BAD que visita Angola, para manter contactos com as autoridades angolanas e supervisionar projectos de desenvolvimento.
Em declarações à imprensa, no final de um encontro que a delegação do BAD manteve hoje com a ministra do Planeamento, Ana Dias Lourenço, Mary Muduuli reiterou apoio no processo de reconstrução do país e declarou que Angola poderá obter grandes financiamentos para o sector privado.
“Angola vai sair da categoria de financiamentos concessionários para a categoria mista, para beneficiar de mais fundos para o sector privado, particularmente na área das infra-estruturas.
Essa categoria permite que o país possa buscar financiamentos com valores mais altos”, esclareceu.
No encontro de cerca de uma hora, a ministra Ana Dias Lourenço e a delegação do BAD discutiram as modalidades de cooperação entre o Executivo angolano e aquela instituição financeira e, em particular, a possibilidade de financiamento ao sector privado.
As duas partes analisaram a estratégia de cooperação a longo prazo que definirá as áreas e prioridades do relacionamento bilateral. No essencial, o plano a adoptar reflectir-se-á na política traçada pelo Executivo para os respectivos sectores.
“Em particular falamos o que podemos fazer em termos de financiamento no sector mineral e no apoio institucional ao Ministério do Planeamento na implementação de programas.
Discutimos a experiência de Angola desde a guerra até ao período de reconstrução do país”, esclareceu.
Mary Muduuli manifestou satisfação pelos avanços constatados e disponibilidade do BAD em financiar projectos agrícolas do sector privado. “Estamos contentes com os resultados alcançados pelo Executivo e com os desafios para os próximos anos”, disse.
A delegação permanecerá no país até o dia cinco de Março. Manterá na terça-feira um encontro com o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José Massano. De seguida vai reunir-se com representantes da Associação Angolana de Bancos (ABANC), da Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP) e da Associação Industrial de Angola (AIA).
Na quarta-feira, encontrar-se-á com os ministros das Finanças, Carlos Alberto Lopes, da Educação, Pinda Simão, da Agricultura e Pescas, Pedro Canga, e com parceiros de Angola, designadamente Banco Mundial, União Europeia, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e fundos do Japão e da Noruega.
Para quinta-feira a agenda prevê um encontro com o governador da província do Kwanza Sul, Serafim do Prado.
Na província de Luanda a delegação vai visitar uma escola em reabilitação, no município da Samba, e na província do Kwanza Sul vai constatar o andamento de projectos ligados à Educação e às Pescas, no Porto Amboim e no Sumbe, respectivamente.
O BAD apoiou Angola, desde 1986, com um total de 487 milhões de dólares americanos. A carteira de projectos desde o ano 2000 é composta por oito projectos, avaliados em 120 milhões de dólares americanos.
Os projectos estão ligados à Agricultura, Desenvolvimento Rural e Ambiente (49 porcento), Educação e Saúde (27 porcento), água e saneamento (16 porcento) e apoio multisectorial, nomeadamente ajuda institucional e linha de crédito (oito porcento).
Fonte: Angop
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