terça-feira, 13 de julho de 2010

AGRICULTURA E AGROINDÚSTRIA

Como todos os sectores da economia angolana, também a agricultura se está gradualmente a recuperar depois de cerca de trinta anos de guerra civil. Desde o fim da guerra em 2002, registou-se um aumento das colheitas em todo o territorio nacional, mas ainda muito resta por fazer para atingir os níveis de produção necessários para satisfazer as necessidades do mercado interno (ainda hoje, a maior parte do arroz e do milho e trigo consumido é importado) e para a exportação.

São numerosos os factores positivos para investir na agricultura e na agroindústria em Angola. Antes de mais a vastidão de um território em grande parte adaptado à cultivação: de Cabinda (Norte) ao Cunene (Sul) a variedade de terrenos e de clímas (do trópico ao mais temperado dos planaltos internos) permite o cultivo de uma vastíssima gama de culturas. Do café aos cereais, da fruta tropical à fruta europeia, das azeitonas ao algodão, da cana de açucar a uma ampla variedade de verduras.
Também a excepção de alguma àreas menos chuvosas e semi-desérticas (a província do Namibe no sul), Angola é um país rico de àgua, percorrido por numerosos rios, alguns dos quais pertencentes às maiores bacias hidograficas africanas (bacia do Congo e do Zambeze)

Um segundo elemento positivo é o caracter prioritário do sector agrícola para o desenvolvimento da economia angolana. A grande maioria da população angolana é de tradição camponesa: a agricultura é vista como instrumento central para a luta contra a desocupação, sobretudo nas àreas rurais mais pobres. O sector também é estratégico para a necessária e inadiavel diversificação da economia angolana, dependente de maneira excessivamente desiquilibrada do sector petrolífero. Uma terceira razão é representada pelo facto de que mesmo avendo um enorme potencial agrícola, Angola deve recomeçar praticamente do zero. Tudo isso está levando os angolanos a uma maior solicitação e procura de sócios estrangeiros para investir nos seus terrenos.

O desafio de dever criar um mercado destruido pela guerra e pelo comunismo já foi obtido com proveito pelos israelitas, muito activos em Angola e mais recentemente pelos chinenses e coreanos.

Tudo acíma dito vale também para a agroindústria e para a indústria de transformação: Há uma necessidade de maquinaria agrícola, com a crescente solicitação de tecnologia italiana, para além da necessidade de melhorar os sistemas de conservação, transformação e comercialização. Angola não tem uma tradição em tal sector, e também por isso tem urgente necessidade de investimentos e inovação. Muitas são as empresas sul africanas que ja investiram neste campo e que estão conqusitando crescentes fatias do mercado.
As perspectivas rosadas de desenvolvimento agrícola devem no entanto ter em conta alguns dos factores negativos que incidem na escolha das àreas:
- a presença de minas em numerosas zonas do país;
- a escassa qualidade ou a falta total de infrastruturas e de serviços nas zonas rurais;
- o baixíssimo nível de formação e especialização da força de trabalho, que depois de décadas de guerra e deslocações forçadas geralmente perdeu a experiência necessária;
- o regime fundiario angolano que tal como em muitos paises africanos pode criar complicações. Todavia a nova lei sobre a terra melhorou o quadro normativo.

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